Cryptococcus
Filobasidiella (teleomorfo) Cryptococcus | |||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||||||||
| |||||||||||||
Espécie-tipo | |||||||||||||
Cryptococcus neoformans | |||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||
|
Cryptococcus é um género de fungos. As suas espécies crescem em cultura como leveduras. As formas perfeitas, ou teleomorfos, das espécies de Cryptococcus são os fungos filamentosos do género Filobasidiella. O nome Cryptococcus usa-se quando se referem as formas imperfeitas destes fungos.
Cryptococcus neoformans é a espécie com maior relevância médica. É mais bem conhecida por causar uma forma grave de meningite e meningo encefalite em pessoas com VIH/SIDA. Existem cerca de 37 espécies reconhecidas neste género, mas a taxonomia deste grupo encontra-se em revisão com recurso a métodos actuais. A maioria das espécies vive no solo e não é prejudicial para os humanos. Entre as espécies mais comuns contam-se Cryptococcus laurentii e Cryptococcus albidus. Dentre todas as espécies Cryptococcus neoformans é o principal patógeno humano e animal. Contudo, sabe-se que ocasionalmente também Cryptococcus laurentii e Cryptococcus albidus podem causar doença moderada a grave em pacientes humanos com imunidade comprometida (devido a infecção por VIH, quimioterapia, imunossupressão metabólica, etc.).[1][2]
Cryptococcus gattii (anteriormente Cryptococcus neoformans var gattii) é endémico de zonas tropicais da África e Austrália. É capaz de produzir doença (criptococose) em pessoas não-imunocomprometidas. Foi isolado a partir de eucaliptos australianos. Desde 1999, existe um surto de infecções por Cryptococcus gattii na parte oriental da ilha de Vancouver,[3] uma região geralmente vista como não sendo endémica para este organismo. Desde então foram também reportados casos no Noroeste do Pacífico, tanto no Canadá como nos Estados Unidos.[4]
As células destas espécies estão revestidas com uma fina camada de material capsular glicoproteico que tem uma consistência semelhante à da gelatina, e que, entre outras funções, serve para ajudar a extrair nutrientes do solo. Mas a cápsula de C. neoformans é diferente, ao ser mais rica em ácido glucorónico e manose, tendo grupos O-acetila,[5] e funcionando como o principal factor de virulência na infecção e doença criptocóccicas.[6]
Em abril de 2025, Species Fungorum (no Catalogue of Life) aceitava 41 espécies de Cryptococcus:[7]
- Cryptococcus amylolentus (Van der Walt, D.B.Scott & Klift) Golubev (1981)
- Cryptococcus asgardensis Vishniac & Baharaeen (1981)
- Cryptococcus aureus (F.C.Harrison) M.Takash., Sugita, Shinoda & Nakase (2003)
- Cryptococcus bacillisporus Kwon-Chung & J.E.Benn. (1978)
- Cryptococcus baldrensis Vishniac & Baharaeen (1982)
- Cryptococcus cavarae Pollacci & Turconi (1929)
- Cryptococcus cellulolyticus Nakase, M.Suzuki, Hamam. & M. Takash. (1996)
- Cryptococcus cereanus Phaff et al. (1974)
- Cryptococcus consortionis Vishniac (1985)
- Cryptococcus decagattii F.Hagen & Boekhout (2015)
- Cryptococcus deneoformans F.Hagen & Boekhout (2015)
- Cryptococcus depauperatus (Petch) Boekhout, Xin Z. Liu, F.Y. Bai & M. Groenew. (2015)
- Cryptococcus deuterogattii F.Hagen & Boekhout (2015)
- Cryptococcus elinovii Golubev (1979)
- Cryptococcus ferigula Saëz & Rodr. Mir. (1988)
- Cryptococcus festucosus Golubev & J.P.Samp. (2004)
- Cryptococcus floricola Yurkov, A.R. Passer, M.A.Coelho, R.B.Billmyre, M.Nowrousian, Mittelbach, C.A.Cuomo, A.F.Averette, S.Sun & Heitman (2019)
- Cryptococcus gattii (Vanbreus. & Takashio) Kwon-Chung & Boekhout (2002)
- Cryptococcus hempflingii Vishniac & Baharaeen (1982)
- Cryptococcus heveanensis (Groen.) Baptist & Kurtzman (1977)
- Cryptococcus himalayensis Goto & Sugiy. (1970)
- Cryptococcus hominis Vuill. ex Guég. (1907)
- Cryptococcus lactativorus Fell & Phaff (1967)
- Cryptococcus longus M.Takash., Sugita, Shinoda & Nakase (2001)
- Cryptococcus lupi Baharaeen & Vishniac (1982)
- Cryptococcus luteus (P.Roberts) Boekhout, Xin Zhan Liu, F.Y.Bai & M.Groenew. (2015)
- Cryptococcus montanae Weijman, Rodr. Mir. & Van der Walt (1988)
- Cryptococcus musci M. Takash., Sugita, Shinoda & Nakase (2001)
- Cryptococcus mycelialis Golubev & N.W.Golubev (2003)
- Cryptococcus neoformans (San Felice) Vuill. (1901)
- Cryptococcus nyarrowii Thomas-Hall & K.Watson (2002)
- Cryptococcus pseudolongus M.Takash., Sugita, Shinoda & Nakase (2001)
- Cryptococcus ramirezgomezianus M.Takash., Sugita, Shinoda & Nakase (2001)
- Cryptococcus saitoi Á.Fonseca, Scorzetti & Fell (2002)
- Cryptococcus socialis Vishniac (1985)
- Cryptococcus tetragattii F.Hagen & Boekhout (2015)
- Cryptococcus tyrolensis Vishniac & Baharaeen (1982)
- Cryptococcus uniguttulatus (Wolfram & Zach) Phaff & Fell (1970)
- Cryptococcus watticus Guffogg, Thomas-Hall, P.Holloway & K.Watson (2004)
- Cryptococcus wingfieldii (Van der Walt, Y.Yamada & N.P.Ferreira) Yurkov, A.R. Passer, M.A.Coelho, R.B.Billmyre, M.Nowrousian, Mittelbach, C.A.Cuomo, A.F.Averette, S.Sun & Heitman (2019)
- Cryptococcus wrightensis Vishniac & Baharaeen (1982)
Referências
- ↑ Cheng MF, Chiou CC, Liu YC, Wang HZ, Hsieh KS (2001) Cryptococcus laurentii fungemia in a premature neonate. Journal of Clinical Microbiology. 39 (4):1608–11. - a good review of C. laurentii cases till year 2000.
- ↑ «Results from a PubMed Search on terms: "Cryptococcus albidus Infection"». List of references for C. albidus clinical infections. Ncbi.nlm.nih.gov
- ↑ Lindberg J, Hagen F, Laursen A,; et al. (2007). «Cryptococcus gattii risk for tourists visiting Vancouver Island, Canada». Emerg Infect Dis. 13: 178–79. doi:10.3201/eid1301.060945
- ↑ MacDougall L, Kidd SE, Galanis E,; et al. (2007). «Spread of Cryptoccus gattii in British Columbia, Canada and detection in the Pacific Northwest, USA». Emerg Infect Dis. 13: 42–50. doi:10.3201/eid1301.060827
- ↑ Ross A, Taylor IE (1981) Extracellular glycoprotein from virulent and avirulent Cryptococcus species. Infection and Immunity. 31(3):911–8
- ↑ Casadevall A and Perfect JR (1998) Cryptococcus neoformans. American Society for Microbiolgy, ASM Press, Washington DC, 1ª edição.
- ↑ "Cryptococcus". Catalogue of Life. Species 2000: Leiden, Países Baixos. Consultado o 5 de abril de 2025.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Cryptococcus», especificamente desta versão.